Meu Deus! Eu vivo do crime!
Reclamamos da criminalidade, da sensação de impunidade, da falta de investimento no combate e prevenção ao crime, mas, na realidade, nada é feito, pois dependemos do crime.
Não tinha me dado conta do quanto dependemos dos ilícitos e não é pouco.
Eu mesmo, hoje em dia, sou sustentado pelos “criminosos”, pois se eles não praticassem crimes eu não estaria exercendo o meu atual trabalho.
Consequentemente, o sustento da minha família depende do crime.
Advogados, juizes, promotores, assessores, servidores forenses, oficiais de justiça, estagiários, policiais, indústria bélica, empresas de tecnologia, empresas de segurança, policiais, delegados, peritos, …, sã alguns daqueles que são dependentes do alto índice de violência.
Quanto mais crime, melhor.
A quem interessa a baixa nos índices da criminalidade?
Quem quer o fim do tráfico ilícito de drogas?
Onde está aquele que realmente quer que os presídios sejam como deveriam ser?
Já parou para pensar como é interessante para os fabricantes de celular, por exemplo, que o índice de furtos/roubos de aparelhos celulares aumente?
Celular se tornou descartável. Você compra, a pessoa te rouba e você compra outro. Muitas vezes sequer acabou de pagar as parcelas daquele que foi roubado e já comprou outro (pois não pode ficar sem).
Por qual razão, então, investir na segurança, se "todos" só lucram?
Assim, se acabamos com os crimes, tiramos a renda de um infinito número de pessoas que dependem diretamente deles.
E você acha que a culpa é do menor; ou do usuário de drogas (que “financia” o tráfico); ou do próprio “traficante” da favela; ou do ladrãozinho de celular.
Será mesmo?
Quem realmente ganha com o crime?
Pedro Magalhães Ganem
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